ASPECTOS GERAIS DA FORMAÇÃO ECONÔMICA E SOCIAL DA REGIÃO OESTE CATARINENSE

Autores

DOI:

https://doi.org/10.54805/RCE.2527-1180.v6.n1.116
Abstract views: 105 / PDF downloads: 122

Palavras-chave:

Formação Econômica e Social, Pequena produção mercantil, Oeste catarinense

Resumo

O objetivo desse texto é apresentar os principais aspectos constituidores da formação econômica e social do Oeste catarinense até 1960. Esse objetivo leva em consideração, ainda que de maneira incipiente, alguns elementos que fazem parte da transição do complexo rural para o complexo agroindustrial, bem como os principais fatores responsáveis pela consolidação dos agronegócios específicos na região. Dessa forma, o Oeste catarinense está inserido no contexto físico geográfico do estado de Santa Catarina que lhe confere um planalto levemente ondulado com terras possíveis de serem aproveitadas parcialmente para agricultura, com temperaturas médias anuais de aproximadamente 21°C, mas com elevada amplitude térmica. Essas características naturais proporcionaram o desenvolvimento de riquezas naturais, como a madeira e a erva-mate, que foram utilizadas como primeira fonte de renda de muitos imigrantes, as quais serviram de aproveitamento comercial para as empresas colonizadoras que dividiram e comercializaram em forma de lotes as terras na região – muitas delas de capital internacional e outras de capital nacional. Entretanto, depois do retalhamento da região em pequenos lotes, ao mesmo tempo em que os imigrantes aproveitavam o que sobrou da madeira e da erva-mate, iniciou-se o desenvolvimento da produção de grãos e animais nas pequenas propriedades rurais que funcionavam em forma de pequena produção mercantil. O extrativismo, principalmente madeireiro, serviu para um primeiro momento de acumulação que mais tarde se desdobrou na ampliação da capacidade produtiva dos segmentos agropecuários. Ademais, a pequena produção mercantil da região permitiu a ocorrência de um intenso processo de comercialização local-regional, até 1960, dos seus produtos. Neste sentido, para atingir o objetivo do texto, utilizou-se, principalmente, de dois procedimentos metodológicos: 1) levantamento bibliográfico e alguns dados histórico-geográficos; 2) organização da bibliografia e dos dados levantados em forma das ideias contidas nesse artigo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Carlos José Espíndola, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Professor Titular do departamento de Geociências - UFSC

Doutor em Geografia Humana - USP

Referências

ALBA, R. S. Apontamentos sobre a geografia do Oeste de Santa Catarina. In: ALBA, R. S. (Org.) Estudos de geografia agrária do Oeste catarinense. Chapecó: Argos, 2008, p. 19-47.

CAMPOS. Indio. Os colonos do Rio Uruguai: relação entre a pequena produção e a agroindústria no Oeste Catarinense. Campina Grande: UFPB, 1987. (Dissertação, Mestrado em Economia).

ESPÍNDOLA, C. J. As Agroindústrias no Brasil: o caso Sadia. Chapecó. Grifos,

ESPÍNDOLA, Carlos José. As duas macroformações socioespaciais do Sul do Brasil na gênese da indústria de carnes. Ensaios FEE (online), v. 37, p. 715-738, 2016.

EXTERCKOTER, R. K. Resiliência e desenvolvimento regional: o papel da agricultura familiar no Oeste de Santa Catarina. Tese (doutorado) – Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Geografia, Florianópolis, 2016.

GOLO, Cristiomar. Reconfigurações espaciais do Oeste catarinense: considerações acerca do rural e do urbano (1917-2013). 2013. 136 f. Dissertação (Mestrado em Geociências) Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2013.

GOULARTI FILHO, Alcides. Padrões de crescimento e diferenciação econômica em Santa Catarina. Campinas: UNICAMP, 2001. (Tese de doutorado) Instituto de Economia, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, São Paulo.

GOULARTI FILHO, Alcides. A formação econômica de Santa Catarina. 3 ed. Ver. – Florianópolis: Ed. UFSC, 2016.

LÊNIN, Vladimir I. O desenvolvimento do capitalismo na Rússia: o processo de formação do mercado interno para a grande indústria. 2. São Paulo: Nova Cultural, 1985.

MAMIGONIAN, Armen. Habitat rural e urbano. In: SANTA CATARINA. Departamento Estadual de Geografia e Cartografia. Atlas Geográfico de Santa Catarina. Florianópolis: IBGE/DEGC, 1958.

MAMIGONIAN, Armen. A geografia e “a formação social como teoria e como método.” In: SOUZA, Mária Adélia Aparecida de (Org.). In: O mundo do cidadão, um cidadão do mundo. São Paulo: Hucitec, 1996. p. 198-206.

MAMIGONIAN, Armen. As conquistas marítimas portuguesas e a incorporação do litoral de Santa Catarina. In: O mundo que o português criou. Recife: CNPq/Fjn, 1999.

MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. A ideologia alemã. São Paulo: Boitempo, 2011.

MIOR, L. C. Agricultores familiares, agroindústrias e redes de desenvolvimento rural. Chapecó: Argos, 2005.

MORAES, Cristina de. Uma velha moldura habitada por silêncios, um fundo territorial e seis verbos para integrar: a formação territorial do Oeste catarinense (1880/1940). UNESP, 2018. (Tese de doutorado) Instituto de Geociências, Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho (UNESP), Rio Claro, São Paulo.

PELUSO JUNIOR. O relevo do estado de Santa Catarina. Florianópolis: IBGE/CNG/DEGC, série 1, n. 3, 1952.

PERTILE, N. Formação do Espaço Agroindustrial em Santa Catarina: O Processo de Produção de Carnes no Oeste Catarinense. 2008. Tese (Doutorado em Geografia), Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.

SANTOS, Milton. Sociedade e Espaço: a formação social como teoria e como método. In: Boletim Paulista de Geografia, São Paulo, v. 54, jun. 1977 (p. 81-99).

TESTA, Vilson Marcos et al. O desenvolvimento sustentável no oeste catarinense: proposta para discussão. Florianópolis: EPAGRI, 1996.

VON DENTZ, Eduardo; ESPÍNDOLA, Carlos José. Dinâmica produtiva da pecuária na mesorregião Oeste catarinense: especialização e diversificação da produção no período de 2000 a 2017. Geosul, Florianópolis, v. 34, n. 71, p. 175-196, 2019. Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/geosul/article/view/1982-5153.2019v34n71p175>. Acesso em: 08 abr. 2022.

VON DENTZ, Eduardo. A dinâmica geoeconômica da mesorregião Oeste catarinense: dos agronegócios à complexidade econômica regional. 2022. 484f. Tese (Doutorado) Programa de Pós-graduação em Geografia, Geociências, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2022.

WAIBEL, L. Capítulos de geografia tropical e do Brasil, 2. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 1979.

Downloads

Publicado

2023-04-28

Como Citar

von Dentz, E., & Espíndola, C. J. (2023). ASPECTOS GERAIS DA FORMAÇÃO ECONÔMICA E SOCIAL DA REGIÃO OESTE CATARINENSE. Revista Catarinense De Economia, 6(1), 3–10. https://doi.org/10.54805/RCE.2527-1180.v6.n1.116

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 6 7 8 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.